Azul cita rejeição dos A330neo em novo plano de negócios apresentado a credores
- Miguel Barbosa

- 25 de out.
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A Azul Linhas Aéreas divulgou em outubro seu plano de negócios revisado, parte do processo de reorganização sob o Chapter 11 nos Estados Unidos. O documento detalha medidas para reduzir dívidas, otimizar custos e fortalecer a companhia financeiramente até 2026 incluindo a rejeição dos Airbus A330neo, antes previstos para compor a frota de longo curso.
Segundo o plano, a Azul manteve os Embraer E1 em operação e optou por não prosseguir com os contratos dos A330neo, em linha com uma estratégia de racionalização de frota e redução de passivos. A companhia também prevê uma queda de até 40% nos pagamentos de leasing, resultado das renegociações com arrendadores e fabricantes (OEMs).
A malha aérea será redesenhada para concentrar operações em hubs principais e aproveitar melhor o potencial de rotas internacionais. Até o momento, a empresa já alcançou uma economia de R$ 747 milhões, com expectativa de mais R$ 160 milhões provenientes de novos contratos e ajustes operacionais.
No âmbito financeiro, o plano revisado reduz as projeções de crescimento, mas melhora indicadores de rentabilidade e alavancagem. A receita anual composta (CAGR) passou de 11,9% para 5,8%, enquanto o EBITDA ajustado caiu de 14,3% para 9,3%. Por outro lado, a alavancagem líquida deve cair de 4,9x para 2,5x até 2029.
A Azul espera sair do Chapter 11 em fevereiro de 2026 com dívida líquida de US$ 3,8 bilhões e nova captação de US$ 1,2 bilhão, resultando em liquidez equivalente a 18,8% da receita projetada para 2025.
No terceiro trimestre de 2025, a companhia registrou desempenho acima das expectativas: despesas R$ 79 milhões abaixo do planejado, receita líquida de R$ 5,7 bilhões e EBITDA ajustado de R$ 1,98 bilhão com margem de 34,6%.
As projeções indicam crescimento gradual do EBITDA ex-aluguel, passando de R$ 6,7 bilhões em 2025 para R$ 9,6 bilhões em 2029. O fluxo de caixa operacional previsto para 2026 é de R$ 4,9 bilhões, com lucro líquido subindo de um prejuízo de R$ 188 milhões em 2025 para R$ 4,3 bilhões no ano seguinte.
Apesar do otimismo, o plano reconhece riscos relevantes ligados ao câmbio e ao preço do combustível. A cada aumento de 10% no dólar ou no barril, o EBITDA pode cair cerca de R$ 200 milhões.
Com uma estratégia mais conservadora, a Azul pretende sair da reestruturação mais leve, rentável e com liquidez reforçada, ainda que com crescimento mais moderado e dependência das variáveis macroeconômicas.









