Judicialização excessiva impacta setor aéreo e encarece passagens, alerta CEO da Azul
- BRASIL AVIATION • Miguel Barbosa
- 29 de jan.
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O elevado número de processos judiciais contra as companhias aéreas no Brasil tem sido uma grande preocupação para John Rodgerson, CEO da Azul Linhas Aéreas. Segundo ele, em 2024, os custos com ações judiciais somaram R$ 1,3 bilhão para o setor, afetando o crescimento da aviação no país e encarecendo as passagens para os consumidores.
“O Brasil representa apenas 3% dos voos no mundo, mas concentra 98% dos processos judiciais do setor”, afirmou Rodgerson em entrevista ao g1. O executivo cita casos inusitados que resultam em ações contra as companhias aéreas, como o fechamento de aeroportos devido à presença de animais na pista, algo que foge do controle das empresas.
Rodgerson também destaca que esse cenário impacta diretamente a forma como a Azul distribui seus voos pelo país, já que os custos com processos acabam sendo repassados aos passageiros.
“Algumas pessoas aproveitam brechas da lei para processar por casos que não são responsabilidade. O brasileiro quer preços mais justos, temos que lutar juntos. É um perde-perde, porque é preciso colocar tarifas mais altas, o consumidor paga. Tem um estado, que não vou citar o nome, que um em cada 22 passageiros nos processa. Em São Paulo, é um em cada mil. Quando você está olhando, você vai alocar seus recursos, eu quero mais em São Paulo”, afirmou o CEO.
A declaração pode ser uma referência a Roraima, estado onde a alta judicialização levou a Azul a suspender voos no passado. Atualmente, a empresa já retomou suas operações na região após um termo de ajuste de conduta.