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Voo de deportação dos EUA para Fortaleza marca mudança inédita na rota tradicional

Imagem: Everson Vansoski via Aeronaves.info
Imagem: Everson Vansoski via Aeronaves.info

O próximo voo de deportação de brasileiros dos Estados Unidos terá como destino a cidade de Fortaleza, no Ceará, marcando uma alteração incomum na operação, que historicamente ocorre no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (Confins).


Desde os anos 1990, Confins foi escolhido como destino principal por atender à logística da maioria dos deportados, naturais do Vale do Aço e Vale do Rio Doce, especialmente da cidade de Governador Valadares. A decisão de mudar o destino para Fortaleza é atribuída a um pedido do governo brasileiro, motivado por confusões em uma escala técnica no Aeroporto de Manaus no último voo de deportação, quando os deportados permaneceram algemados no espaço aéreo brasileiro.


Apesar do pedido de Brasília, não há respaldo legal para impedir o uso de algemas em aeronaves estrangeiras sobrevoando o Brasil. De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica e normas da ICAO, aeronaves civis a serviço do governo americano seguem as leis dos EUA, mesmo em território brasileiro. Essas leis permitem algemas devido ao risco de motins a bordo.


Curiosamente, Belém, que está mais próxima de Porto Rico e reduziria a distância do voo em 987 km, não foi escolhida, deixando dúvidas sobre os critérios da mudança.


O voo será operado pela GlobalX Airlines com um Airbus A321ceo, configurado para 224 passageiros. Ele partirá de Alexandria, nos EUA, com escala em Aguadilla, Porto Rico, antes de pousar em Fortaleza às 15h00 do dia 7 de fevereiro. O retorno está programado para o dia 8 de fevereiro, às 11h00, com destino aos EUA.


Ainda não foi confirmado se o governo federal dará apoio aos deportados no deslocamento até suas cidades de origem. No último voo, a Força Aérea Brasileira (FAB) utilizou um KC-30 para transportar deportados de Manaus a Confins.


Essa operação inédita levanta questões sobre as futuras políticas de recepção e assistência aos brasileiros deportados, enquanto a escolha de Fortaleza pode ser apenas uma medida temporária ou o início de uma nova estratégia logística.

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