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SNA demonstra preocupações com condições dos aviões da EuroAtlantic que voam pela Azul

767 Euroatlantic
Imagem: araujo_spotter via aeronaves.info

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) manifestou preocupação com as condições operacionais das aeronaves da companhia portuguesa EuroAtlantic Airways, que atualmente operam rotas entre Recife e a Europa pela Azul Linhas Aéreas.


As preocupações se intensificaram após dois incidentes consecutivos envolvendo o Boeing 767-300ER, matrícula CS-TSU, da EuroAtlantic. A aeronave precisou retornar ao Aeroporto Internacional de Recife em duas operações seguidas na rota Recife–Madrid. No voo inaugural, houve falha nos flaps, e no segundo voo, um problema nos slats — ambos sistemas essenciais para os procedimentos de pouso e decolagem. Além disso, o voo entre Recife e Porto também foi afetado, devido à indisponibilidade da mesma aeronave.

Diante disso, o SNA oficiou novamente a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), cobrando providências imediatas.


Além dos problemas técnicos, o sindicato voltou a criticar o acordo de wet leasing firmado entre a Azul e a EuroAtlantic. O SNA já havia se posicionado publicamente contra esse modelo, que permite que uma empresa estrangeira forneça aeronave, manutenção e tripulação completa, ficando sob responsabilidade da companhia brasileira apenas parte da operação, como o serviço de bordo.


De acordo com o sindicato, esse tipo de acordo fere a legislação brasileira. Segundo o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), no artigo 129, a empresa arrendatária (neste caso, a Azul) é responsável pela direção e condução técnica da aeronave. Além disso, o artigo 156 estabelece que as funções remuneradas a bordo de aeronaves, sejam elas nacionais ou estrangeiras, devem ser desempenhadas por tripulantes brasileiros.


O SNA afirma que, desde o início da parceria, vem alertando sobre os riscos operacionais e jurídicos desse modelo. Inclusive, o sindicato entrou com uma ação judicial contra a ANAC, buscando a suspensão do acordo que permitiu a operação dos aviões da EuroAtlantic no Brasil, sob alegação de que a medida fere normas trabalhistas e de segurança da aviação brasileira.


Até o momento, nem a Azul nem a ANAC se manifestaram oficialmente sobre os questionamentos. A Azul contratou os serviços da EuroAtlantic como uma medida emergencial, diante da falta de aeronaves widebody na sua frota, visando suprir a demanda das rotas transatlânticas na alta temporada.



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