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Um ano do acidente VoePass 2283; O que se sabe até agora?

PS-VPB, ATR 72-500 envolvido no acidente
PS-VPB, aeronave envolvida no acidente. Imagem: Vini30hz via aeronaves.info

Neste sábado, 9 de agosto, completa-se um ano do trágico acidente com o voo 2Z2283 da VoePass Linhas Aéreas, que fazia a rota entre Cascavel (PR) e Guarulhos (SP). A queda da aeronave, registrada em uma área rural de Vinhedo (SP), a cerca de 80 quilômetros do destino final, resultou na morte de todos os 62 ocupantes.


A aeronave envolvida era um ATR 72-500, de matrícula PS-VPB. Fabricado em 2010, o turboélice teve sua primeira operação com a companhia albanesa Belle Air. Após a falência da empresa, em 2013, o avião passou um período sob custódia da empresa de leasing NAC, sendo posteriormente incorporado à frota da Pelita Air Service, da Indonésia. Em 2023, o ATR foi entregue à VoePass, recebendo o nome de batismo “Maritaca”.


Imagem: Reprodução - Internet
Imagem: Reprodução - Internet

O voo partiu do Aeroporto de Cascavel às 11h59 e mantinha operação normal até os minutos finais. Segundo dados do sistema de rastreamento FlightAware, a queda ocorreu por volta das 13h24. Investigadores apontam que a aeronave enfrentou uma zona crítica de formação de gelo, o que pode ter contribuído para a perda de sustentação.


O acidente marcou o maior desastre aéreo no Brasil desde 2009, reabrindo discussões sobre os desafios operacionais enfrentados por companhias regionais e as condições meteorológicas adversas que impactam esse tipo de operação.


Desde então, o CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) iniciou uma apuração detalhada sobre os fatores que levaram à queda. O relatório final ainda não foi divulgado, mas notas preliminares indicam que a aeronave entrou em uma zona de congelamento severo, o que pode ter comprometido o desempenho aerodinâmico. Também se investigam possíveis falhas no sistema de degelo e na resposta operacional da tripulação ao cenário enfrentado.


Imagem: Reprodução- Internet
Imagem: Reprodução- Internet

Além do impacto humano, o acidente trouxe consequências institucionais significativas para a VoePass. Em março de 2025, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu temporariamente o Certificado de Operador Aéreo (COA) da empresa, apontando irregularidades em seus processos de manutenção, gestão e segurança operacional. Essa medida suspendeu todas as operações comerciais da companhia, gerando grande impacto no mercado regional.


Em junho do mesmo ano, a ANAC revogou definitivamente o COA da VoePass, encerrando as atividades comerciais da empresa. A decisão foi motivada por falhas graves identificadas nas auditorias, incluindo problemas recorrentes nos registros técnicos e ausência de conformidade com normas regulatórias.


Em meio à crise, a VoePass entrou com pedido de recuperação judicial em abril de 2025, alegando dificuldades financeiras agravadas pela suspensão das operações e pelo rompimento do acordo de codeshare com a LATAM Airlines, que também se retirou do contrato após o acidente. A empresa acumulava uma dívida superior a R$ 200 milhões, o que refletiu no encerramento de bases operacionais e no desligamento de funcionários.


Na data em que completa um ano da tragédia, familiares das vítimas e profissionais da aviação promovem homenagens e momentos de reflexão, reafirmando o compromisso com a segurança e a prevenção. Em Vinhedo, o local do acidente mantém registros simbólicos para lembrar a importância de cada vida perdida e o impacto no setor.


O BrasilAviation.Info manifesta solidariedade às famílias e amigos das vítimas, comprometendo-se com a divulgação responsável e contínua de informações que possam contribuir para a segurança da aviação nacional.

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